DBike - Revista catarinense de cicilismo | Santa Catarina, 28 de março de 2024 | Quem somos | Contato

Quem pedala chega antes

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Ao pensar em produzir um caderno com o foco na bicicleta, uma das primeiras ideias que veio à mente da redação foi realizar a seguinte experiência: em horário de pico, por volta das 18h, sairmos do Fórum de Gaspar, no bairro Sete de Setembro, e seguirmos em direção à Círculo SA, no Coloninha. Eu, Júlia, de bicicleta, e a outra jornalista, a Kássia, de carro. O objetivo era ver quem chegava antes, embora já esperássemos que a bicicleta fosse ter certa vantagem.

Para documentar toda a experiência, uma câmera Go Pro filmou o trajeto e o vídeo está disponível abaixo. No dia 11 de outubro, uma quinta-feira, fomos realizar esta experiência. Eram exatamente 18h05min quando saímos do Fórum a Kássia já pegou fila e eu pude passar tranquilamente ao lado dos carros. Logo pude ter ideia dos riscos que corre um ciclista. No trevo da Paroli, são muitos os motoristas que trafegam pelo acostamento, seja para chegar mais rápido à entrada do bairro Sete de Setembro ou para dar uma de espertão e furar a fila logo no seu início. O ciclista, que vai pelo acostamento, leva alguns sustos.

Neste local e na rotatória do Zoni Mais há muita confusão, é carro que tenta ir para um lado, algum impaciente tentando se enfiar no trânsito de qualquer jeito e por aí vai. Conforme havíamos combinado, respeitamos as leis de trânsito e eu, como os carros, parei no semáforo da Avenida das Comunidades quando fechado e esperei para que abrisse. Foi na Avenida que senti mais medo. Tinha que andar pelas margens da pista e a distância de 1,5 metro que o motorista tem que deixar do ciclista não foi respeitada em momento algum. A lei exige, mas ninguém cumpre. Os carros passam muito perto e o medo de acabar acontecendo um acidente é grande. A vontade é de andar pela calçada, invadir o espaço que é reservado para o pedestre, para não se arriscar perto dos carros.

Há muita gente que afirma que não anda de bicicleta justamente pela falta de segurança. Acredito que, se o poder público quer resolver o problema de mobilidade urbana em Gaspar, precisa investir em ciclofaixas e ciclovias que garantam a segurança do ciclista. Este é o incentivo que o governo pode dar para que mais pessoas optem por um meio de transporte sustentável e que não causa congestionamento na cidade.

A quantidade de trechos ciclofaixas em Gaspar é vergonhosa. Só andei por ciclofaixa no trajeto que vai do Trilhos a Círculo. Muitos ciclistas passaram por mim neste trecho, o que reforça a teoria de que, garantida a segurança, mais bicicletas irão aparecer. Exatamente 10 minutos se passaram entre a minha saída do Fórum e a chegada a Círculo. Lá esperei pela Kássia, para cronometrarmos a diferença de tempo. Ela passou pela fábrica de linhas às 18h37min, ou seja, 22 minutos depois de mim. Num mundo em que todos querem economizar tempo e chegar a qualquer lugar sem demora, perder 22 minutos não me parece razoável.

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